Decorei o número de passos que dou de cada que atravesso esta rua. Não é muito frequente passar por aqui, mas às vezes o meu coração sente necessidade de recuar no tempo e relembrar toda esta calçada que pisou durante o tempo em que chorava e sofria por alguém que só lhe atrasava os batimentos cardíacos. Há quem lhe chame Passado, eu, pessoalmente, chamo-lhe tormento.
Queria acreditar que te esqueceria quando alguém ocupasse, finalmente, o teu lugar. Mas o meu coração não é um caderno de rascunhos e por isso não o posso modificar de acordo com os meus gostos e as minhas vontades... Seria, realmente, bom se assim fosse!
Um dia ensinas-me a comandar o coração do mesmo jeito que tu comandas o teu, de forma a esquecer e a amar com facilidade; Um dia explicas-me como é que consegues abrir o coração sem o perder. Talvez nesse dia compreendas que estas nossas diferenças nos aproximam mais do que alguma vez pensámos.

Um beijo.